sexta-feira, 22 de março de 2013

Dá licença que o corpo é meu!!!

Olá amig@s!!


Andei um pouquinho afastada do blog devido a correria dos estudos e do trabalho.....mas cá estou de volta!!

E volto trazendo um assunto delicado: a falta de respeito com o corpo e com a autonomia da mulher!

Ainda ouço muitas histórias de mulheres que após o parto são expostas a situações de desrespeito. Mas esta semana bateu o recorde.

Me lembro que desde a faculdade sempre ouvíamos que seja para medir uma pressão arterial, verificar a temperatura, seja o que for, deveríamos sempre pedir licença para o paciente. Mas acho que tem profissional que infelizmente faltou nesta aula.

Historicamente a mulher no pós parto sempre esteve "condicionada" às regras da sociedade. Uma hora não era digno dar o peito para seus filhos, isso era papel das escravas, como não tinha voz nem vez, sedia....em outro momento ela tem que dar o peito aos seus filhos, faz parte de ser uma boa mãe, se não amamenta, que espécie de mãe é você?!.....mas ha algum tempo algumas coisas mudaram: a mulher saiu para o mercado de trabalho, tornou-se independente e dona do seu nariz, algumas leis vieram para cuidar de sua saúde, justamente para lembrar ao sistema e à sociedade que "atrás do peito tem uma mulher" que tem suas crenças, seus princípios, emoções, sensações....e principalmente tem suas próprias percepções de mundo.

O que me entristece é ver em serviços que são ditos renomados, profissionais que não pedem licença para ver a mama da mulher que acabou de se tornar mãe e ainda "aperta" de forma invasiva e errada e tudo bem, diz que tem que fazer isso ou aquilo, mas esquece de perguntar se ela precisa de ajuda para começar, tira seus filhos dos braços sem pedir permissão, sem explicar direito o porque, e pior retorna com a criança sem dizer ao certo o que foi feito, o que aconteceu....a mulher ganhou autonomia, mas me parece que a sociedade ainda não enxergou isso e ainda se sente como antigamente, "dona" da sua vida e das suas decisões.

Este é um comportamento que não cabe mais no mundo de hoje. As mulheres tem informações, sabem o que querem e tomam decisões que melhor for para elas e suas famílias....enquanto profissionais nos cabe orientar, mostrar todos os caminhos possíveis, não julgar suas atitudes atuais e do passado (afinal como seres humanos que somos todos erramos e acertamos, ou não?) e apoiá-la na decisão escolhida. E não gerar insegurança e culpa.

Não dá mais para ignorar o que as mulheres dizem e desejam. Não dá mais para admitir que uma noite na maternidade que deveria ser para aprendizado e recuperação de um parto (que na sua maioria é cesárea, ou seja uma cirurgia, que precisa de cuidados e tranquilidade), seja uma noite de estresse, terror e irritabilidade.

Se queremos melhorar os índices de aleitamento materno, é preciso começar a rever muita coisa, inclusive o nível de qualidade da nossa assistência...é preciso espalhar entre os profissionais os princípios do Aconselhamento: OUVIR, não julgar, orientar...não dá mais para iniciar um processo como a amamentação, que já é difícil para muitos, com estresse, insegurança e culpa....é preciso incentivo e apoio e respeito à ela como mulher, como mãe e como pessoa!