terça-feira, 6 de novembro de 2012

Um alerta sobre andadores

Ola Amig@s!!

Quero compartilhar com vocês um assunto muito sério, e que serve de alerta para todos os pais! ANDADORES!!

Um objeto muito usado por muitas décadas, vem tendo sua "reputação" colocada em check com as últimas pesquisas. Representa um perigo muito grande para nossos bebês, tanto para acidentes quanto para prejuízos no desenvolvimento motor!

Leiam abaixo o texto extraído do site www.criancasegura.org.br

Com carinho a todos!!



Andador: perigoso e desnecessário
Por: Dr. Danilo Blank


Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras. Os pais alegam alguns motivos para colocar o bebê no andador. Dizem que ele dá mais segurança às crianças (evitando quedas), mais independência (pela maior mobilidade), promove o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar.
A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A ideia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador. Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas.
É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.
Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola.
Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos do que num andador. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema.
Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.
Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário.

Para os interessados em informações mais detalhadas sobre o assunto:
• American Academy of Pediatrics. Committee on Injury and Poison Prevention. Injuries associated with infant walkers. Pediatrics. 2001;108:790-2.
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/108/3/790
• Taylor B. Babywalkers. BMJ. 2002;325:612.
http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/325/7365/612
• Health Canada. Baby Walkers (Banned) & Stationary Activity Centres.
http://www.hc-sc.gc.ca/cps-spc/child-enfant/equip/walk-marche-eng.php

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mamiferozinho

Olá querid@s!!

No meio da correria com trabalho e mestrado, fiz um "pit stop" para dar um presente a vocês! Um delicioso poema escrito pelo Dr Luis Tavares, pediatra, "amamentólogo", protetor e defensor dos pequeninos prematuros e poeta. Quem quiser conhecer um pouquinho mais pode acessar www.alemdauti.com.br

Com carinho a todos!


Mamiferozinho

Artigo XII
Todo prematuro tem o direito de ser alimentado com o leite de sua própria mãe ou, na falta desta, com o de uma outra mulher tão logo suas condições clinicas assim o permitirem. Deverá ter sua sucção corretamente trabalhada desde o inicio da vida e caberá à equipe de saúde garantir-lhe esse direito, afastando de seu entorno bicos de chupetas, chucas ou de qualquer outro elemento que venha interferir negativamente em sua sucção saudável, bem como assegurando seu acompanhamento por profissionais capacitados a facilitarem esse processo. Nenhum custo financeiro será considerado demasiadamente grande quando aplicado com esse fim. Nenhuma fórmula láctea será displicentemente prescrita e nenhum zelo será descuidadamente aplicado sem que isso signifique desatenção e desamparo. O leite materno, doravante, será considerado e tratado como parte fundamental da sua vida.   

Que Deus te proteja,
Mamiferozinho,
Das mamadeiras,
Das chucas e dos bicos
Oferecidos a ti sem nenhuma razão,
E acorde os médicos,
E as fonos
E os enfermeiros
Para a necessidade
De sua proteção...
Que te afaste chupetas,
Mamiferozinhos,
Fazendo da mama da mamãe
A grande opção,
E que te distancie
Dos bicos ortodônticos
E dos siliconados
Sem exceção...
Que Deus te permita,
Mamiferozinho,
O leite materno
Pra tua satisfação,
E nas dificuldades,
Meu amiguinho,
Que o leite humano
Do Banco de Leite
Não te falte não...
Que a gota de colostro,
Mamiferozinho,
Seja sua dose
De proteção,
Que seja a gota de teu sustento,
Que seja teu alimento
E salvação...
Que seja escrita assim dessa maneira
A história da tua recuperação:
Amor,
Calor,
Leite materno,
Vida,
Apego,
Afeto,
Crescimento são...
Que Deus te permita,
Mamiferozinho,
A busca,
A grande boca,
A pega,
A sucção,
A lingua canolada
E protraída,
A vida
Em minuciosa exatidão...
E que tu cresças, mamiferozinho,
Orgulhoso dessa nobre condição,
Amamentado
E cuidado com carinho,
Semente boa
Da próxima geração...
Que Deus te guarde,
Mamiferozinho,
Que te guie
E não te solte
Da Sua mão,
Que esteja sempre contigo,
Mamiferozinho,
Meu doce
E pequenininho
E grande irmão...

domingo, 12 de agosto de 2012

O papel do consultor!

Olá amig@s!

Algumas vezes já comentei aqui a importância do apoio profissional antes e após o nascimento. Por ser um período de muitas mudanças e muitas dúvidas, a presença de alguém que dê segurança faz toda a diferença.

O consultor tem a função de detectar as principais dificuldades, orientar e apoiar, suprindo uma lacuna existente no apoio perinatal, após a alta hospitalar. O consultor se disponibiliza a ir ao domicilio o tempo que for necessário e por quantas vezes for preciso.

Muitos estudos já comprovam que mulheres que recebem ajuda profissional no período pós-parto tem maior chance de amamentar seus bebês por mais tempo. Aumenta a confiança materna na sua capacidade de amamentar e cuidar de seu bebê. Previne situações complicadas e detecta precocemente outras situações que precisam de intervenções médicas.

Compartilho uma reportagem do site do Jornal Folha de São Paulo sobre o papel do consultor em amamentação!

Com carinho!


Mães buscam consultoras para superar dificuldade de amamentar

Campanhas e pressão social em favor do aleitamento têm tornado o serviço mais procurado.
Mulheres se queixam de falta de orientação na maternidade e do "policiamento" da amamentação

Karime Xavier/Folhapress


Agosto é o mês da campanha mundial da amamentação, mas o que os cartazes com fotos fofas de mães e bebês não mostram é que amamentar nem sempre é fácil.

Para cumprir essa missão, as novas mães estão recorrendo mais às consultoras e enfermeiras de aleitamento que atendem em casa.

Com experiência na bagagem, elas respondem a dúvidas sobre pega correta, bico do seio rachado e mama empedrada. E tentam diminuir as angústias e o desconforto que fazem muitas mulheres partirem para a mamadeira de uma vez.

"Há um leque de informações em livros e na internet, e as mulheres ficam perdidas", diz a enfermeira Martha Goldberg, que trabalha com amamentação há 23 anos e atende até 30 mulheres por mês em São Paulo.

Segundo a obstetriz Ana Garbulho, também de São Paulo, até há pouco tempo as mulheres não conheciam o serviço domiciliar. "Hoje procuram no Google e indicam uma para a outra."

Goldberg afirma que nem sempre o apoio oferecido nas maternidades é suficiente, e as mães sentem necessidade de orientação extra.

Foi o caso da advogada Gabriela Marques, 35, quando teve sua primeira filha, Clarice, hoje com cinco meses. Ela conta que, na maternidade, as enfermeiras não ficaram muito tempo com ela para acompanhar as mamadas e tirar as dúvidas.

"Achei que seria natural, mas não foi fácil. Sempre achei lindo, queria muito amamentar. Na prática, tive muita rachadura, a Clarice não pegava o peito direito. E você fica assustada em ver que o bebê não ganha peso."

Gabriela compartilhou as angústias com as amigas e viu que não era a única a passar por esse perrengue. Elas indicaram consultoras que já tinham usado e aprovado.

TEORIA E PRÁTICA

As profissionais trabalham com hora marcada e acompanham toda a mamada do bebê. Dizem se a posição e a pega estão corretas, ensinam como cuidar do seio em caso de lesões e, principalmente, dão atenção às mães.

"Tem muita campanha pró-aleitamento, mas falta informação sobre as dificuldades da realidade. No desespero de estar em casa sem saber o que fazer, essas mulheres têm o papel de nos tranquilizar. São anjos da guarda", diz a advogada Vanessa Rosa, 37, que usou o serviço após o nascimento de seus dois filhos.

"Tive pouco leite e precisei dar complemento. Foi um sofrimento, até porque tem uma coisa de polícia hoje. É importante ter alguém para dizer: 'Calma, nem tudo é perfeito, faça o seu melhor'."

A primeira visita custa de R$ 150 a R$ 350. Nos atendimentos seguintes, costuma-se cobrar cerca de metade do valor inicial.

"Não é barato, mas o investimento valeu muito a pena", afirma Vanessa.

A consultora Ana Garbulho afirma que há uma procura crescente por esse tipo de atendimento.

"As pessoas estão mais informadas sobre os benefícios da amamentação, mas os pediatras nem sempre ajudam. Receitam a fórmula por comodidade." Segundo ela, é comum que as mulheres troquem de médico em busca de apoio ao aleitamento.

"É mais difícil ficar mais tempo na consulta com a mãe. Muitos logo prescrevem a fórmula, o que é péssimo", diz Luciano Borges Santiago, presidente do departamento científico de aleitamento materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Segundo o pediatra Moises Chencinski, a falta de experiência e a família que fica dando palpites atrapalham a amamentação. "Por isso tem que ter paciência com essa mãe. Essa dedicação já seria suficiente para estimular o aleitamento."


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

XX Semana Mundial de Aleitamento Materno

Olá!!!

Estamos iniciando mais uma Semana Mundial de Aleitamento Materno. São dias de festa, dias que convidamos a sociedade do mundo todo a olhar um pouco mais para a questão da amamentação.

O tema deste ano é bem interessante: "Olhando o passado e planejando o futuro". Já comentei um pouquinho sobre ele no post anterior. Convido todos a uma reflexão sobre a amamentação.

Hoje é fato que só não inicia a amamentação quem não quer! As campanhas estão cada vez mais fortes e presentes. Mas por quê ainda os índices de aleitamento estão abaixo do recomendado? E por quê é tão difícil manter a amamentação exclusivo pelo mínimo de 6 meses como recomendado?

A Semana Mundial de Aleitamento Materno chama a atenção para estas questões. O que falta para melhorar os índices de aleitamento materno no mundo?

Lendo alguns artigos estes últimos dias, chego a uma conclusão pessoal: três são os pontos que precisam ser melhorados na assistência materno-infantil:
1. Melhor orientação pré-natal: alguns estudos trazem bons resultados quando as mães são bem orientadas ainda na gestação quanto a importância do aleitamento materno;
2. Melhor assistência na maternidade: muitos profissionais não estão suficientemente capacitados para auxiliar as mães no início da amamentação, a lidar com dificuldades como a demora na descida do colostro ou bebês que precisam de cuidados especiais, como os prematuros. Acostumou-se a ir pelo caminho mais fácil, que é ofertar leite artificial, na mamadeira, ou água com glicose para os bebês, ao invés de apoiar, orientar e estimular as mães para que o leite desça o mais rápido. As maternidades devem repensar sua forma de assistência.
3. Apoio domiciliar profissional pelo menos nos primeiros 6 meses pós parto: estudos tem mostrado que quando há um apoio mais efetivo após o parto, as mulheres amamentam mais. A segurança de saber que há alguém para orientar e auxiliar faz com que a mulher tenha mais segurança e confiança na sua capacidade de amamentar.

Está na hora de começar a pensar em estratégias também para a manutenção da amamentação, reforçar ainda mais as políticas de incentivo ao início do aleitamento materno, preparar melhor a equipe de saúde que da suporte e assistência às famílias. Está na hora de falar a mesma língua. Está na hora de escutar mais as mulheres, suas dificuldades, suas angústias, seus medos. Está na hora de impor menos e ensinar mais!!

Com carinho!


terça-feira, 17 de julho de 2012

Um pouquinho de história....

Olá amig@s!!

Estamos há 15 dias de inciar mais uma Semana Mundial de Aleitamento Materno, e o tema deste ano é "Entendendo o passado, planejando o futuro!".



Pegando carona no tema, quero falar um pouquinho sobre a história de alguns mitos da amamentação, mitos  estes que ainda exercem uma força enorme no processo de amamentar.

Tudo começa no período de descobrimento do Brasil. Nesta época, os índios tupinambás difundiam a amamentação amplamente, amamentando seus rebentos até os 18 meses. Mas chegaram os portugueses e trouxeram com eles o hábito do desmame, pois naquela época amamentar não era uma prática digna das mulheres da burguesia europeia.

Com as mudanças econômicas e sociais, a partir do século XIX, houve um movimento inverso, de incentivo à prática do amor materno incondicional, onde a amamentação era a maior representação deste amor incondicional. Começa então uma grande pressão social sobre as mães, que deveriam amamentar e se não conseguissem a responsabilidade era toda delas.

Com o "incentivo" à amamentação, começam a "surgir" as dificuldades, os problemas no processo de amamentar. Sem saber explicar o que acontecia, afinal acreditava-se que a amamentação era um ato natural e instintivo, surge a máxima do "leite fraco", como justificativa para essas dificuldades. Infelizmente essa "desculpa" foi amplamente aceita pela sociedade e até hoje exerce um forte poder sobre as famílias.

Olhando um pouquinho o passado entendemos o que acontece hoje. Ainda bem que a ciência evoluiu muito e hoje, com várias pesquisas em mãos, sabemos que a amamentação não é um processo natural e instintivo, que precisa sim de ajuda para se instalar da melhor forma. Sabemos também que não há leite materno de baixa qualidade, mas sim falhas na técnica da amamentação que dificultam a alimentação do bebê e trazem efeitos desagradáveis para as mães.

As pesquisas mostram incansavelmente que o leite materno é o melhor alimento para os bebês desde o nascimento, que tem tudo que ele precisa. Inúmeras ações existem hoje para incentivar a amamentação, e graças aos esforços de todos temos conseguidos bons resultados. E o Brasil é exemplo pra muitos lugares.

Mas temos pela frente um novo desafio. Não basta começar a amamentar, é importante continuar. E como fazer isso? Por quê tantas mães não conseguem seguir em frente? O que está faltando?

O convite da WABA para a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2012, para "Olhar o passado e planejar o futuro" é o ponto de partida. Quando olhamos a história do aleitamento nas sociedades entendemos muito das dificuldades que atrapalham o processo de amamentar hoje. Claro que as campanhas de promoção e incentivo precisam continuar, mas abrir mais espaço para um acompanhamento mais integral do pós parto, até uma amamentação segura e prazerosa, e entender as dificuldades individuais de cada dupla mãe-bebê, é o caminho para chegarmos no tão sonhado índice de 100% de aleitamento materno exclusivo aos 6 meses.

Precisamos de famílias mais informadas, profissionais mais qualificados e apoio maior ainda do governo, em todas as esferas, com ações e leis que protegem o aleitamento, o desenvolvimento das nossas crianças e tornando as experiência de ser mãe e pai mais prazerosa ainda, com menos frustrações.

Vamos pegar carona nos movimentos de humanização do parto, de desenvolvimento da primeira infância. Vamos dar as mãos e caminhar juntos, integrados, e com certeza os resultados serão melhores a aparecerão mais rápidos.

Abraços,
Com carinho!

Texto de referência:
"Mitos e crenças sobre o aleitamento materno"
Emanuele Souza Marques e col.
Revista Ciência e Saúde Coletiva, num 16, 2011.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O bom desenvolvimento da primeira infância

Olá amig@s!!

Desde do ano de 2000, quando ocorreu uma Conferência Global patrocinada pelo Banco Mundial, estudos e ações voltadas para um desenvolvimento saudável das nossas crianças estão em pauta.

Vários programas que tratam de forma abrangente das necessidades básicas das crianças (saúde, nutrição, desenvolvimento emocional e intelectual) são necessários para a formação de adultos capazes e produtivos.

Durante a primeira infância padrões de comportamento, de competência e de aprendizagem são iniciados e estabelecidos. É um  período crítico, vulnerável, e circunstâncias socioeconômicas ruins podem ter efeitos duradouros e desastrosos.

Não há como negar que um bom desenvolvimento infantil começa ainda na gestação, proporcionando e incentivando um pré-natal de qualidade às mães, com qualidade nos serviços oferecidos, educação e apoio. Não podemos esquecer dos programas de incentivo ao aleitamento materno, que várias pesquisas já mostraram sua importância no desenvolvimento neurológico e emocional das crianças.

Começo hoje a partilhar com vocês um estudo sobre este assunto. Prometo trazer as novidades que for  adquirindo com o caminhar das minhas leituras.

Pra começar compartilho com vocês um vídeo muito bacana, que fala sobre o desenvolvimento infantil. Um ótimo vídeo para vermos e lembrarmos que este ano é ano eleitoral, e já está mais do que na hora de avaliarmos com calma, detalhe e inteligência as propostas dos candidatos, para ver o que realmente é viável e real, e não apenas uma promessa de campanha. E também não podemos esquecer de cobrá-los após a posse do cargo.

Com carinho!!
Abraços!!



terça-feira, 10 de julho de 2012

Amamentação: dicas para um dia-a-dia mais fácil!

Olá amig@s!!

Já comentei algumas vezes aqui o quanto o início da amamentação não é fácil. Além de ser um processo que não ocorre automaticamente, muitas mães acabam "pecando" em alguns comportamentos que podem dificultar ainda mais o processo de amamentar.

O site Aleitamento.com nos presenteou com um texto muito interessante sobre situações que parecem inofensivas mas que podem fazer toda a diferença. Compartilho abaixo com vocês o texto, lembrando sempre que uma boa orientação desde o pré-natal e um bom acompanhamento profissional no pós-parto podem transformar o caminho da amamentação mais tranquilo.

Boa leitura a todos!
Com carinho!!




AMAMENTAÇÃO: ERROS + COMUNS e COMO EVITÁ-LOS


Por: Prof. Marcus Renato de Carvalho


Os erros mais comuns da amamentação e como evitá-los
Especialistas apontam os 15 principais equívocos das mães na hora do aleitamento


DO IG


Bom tanto para a mãe como para o bebê, o aleitamento reduz o risco de câncer de ovário e de mama e de osteoporose. Já a criança ganha reforços no desenvolvimento e fica mais protegida contra diabetes, infecções respiratórias e alergias, entre outros problemas. Mas muitas mães desistem de amamentar por conta de dores nos mamilos, insegurança ou falta de orientação adequada. Conversamos com especialistas para mostrar quais são os principais erros na hora do aleitamento – e como solucioná-los.

1. Falta de confiança em si própria

A tranquilidade da mãe na hora de amamentar já é um grande passo em direção a um momento prazeroso para ambas as partes. Se a mulher fica nervosa com as dificuldades comuns ao início, o processo de amamentação pode ser mais trabalhoso. Com tranquilidade, conforto e confiança, aos poucos mãe e filho vão aprendendo e se entrosando, sem motivos para desespero.

“O leite é produzido no peito e na cabeça. A nutriz precisa confiar nela mesma. Toda mulher produz leite, até aquela que adota e não ficou grávida”, diz o pediatra Marcus Renato de Carvalho, especialista em amamentação pelo International Board Lactation Consultant Examiners, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ e editor do site Aleitamento.

2. Dar de mamar com o bebê sonolento

O processo de amamentação flui melhor quando o bebê está desperto, porque ele consegue abrir a boca para fazer a pega correta (abocanhar o mamilo e a maior parte da aréola). Quando está sonolento, geralmente atinge só a pontinha do mamilo. Resultado: não mama direito e em pouco tempo precisará se “abastecer” de novo. “Para deixar o bebê mais desperto, a mãe pode manter o ambiente mais iluminado e deixar o bebê com menos roupa, para que se aconchegue e equilibre a temperatura no colo da mãe”, aconselha a enfermeira Bárbara Pauletti, do Centro de Amamentação da Maternidade Pró-Matre (SP).

3. Não prestar atenção ao bebê durante a amamentação

Como o tempo é curto, muitas mães aproveitam a hora da mamada para realizar outras tarefas: dormir, assistir à televisão e até resolver pendências por telefone. Mas é muito importante aproveitar o período do aleitamento para conversar com o bebê e fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Vale conversar, cantar, contar histórias. Qualquer coisa para ajudar a mantê-lo acordadinho e manter um bom ritmo de sucção.

4. Prender-se ao tempo de mamada

O bebê não é um reloginho. Ele funciona na hora que quer. Portanto, nada de se prender em conselhos de amigas e avós sobre a duração de cada mamada. “Não é de três em três horas ou de ‘tantos’ minutos em cada peito. Como o leite materno é de fácil digestão, alguns bebês mamam com muita frequência”, explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho. Segundo ele, o importante mesmo é zelar pela livre demanda, ou seja, o bebê dita o ritmo: mama o tempo que quiser, no intervalo que necessitar. A mamada só termina quando ele solta espontaneamente o seio materno.

5. Amamentar com muita gente ao redor

Se a mãe se sente confortável em amamentar com outras pessoas ao redor, tudo bem. Mas se ficar incomodada ou preferir ter um momento mais íntimo com o bebê, especialmente no início, quando ambos estão se adaptando ao processo, não se acanhe em pedir licença e se “isolar” com a criança. O conforto e a tranquilidade da mãe são essenciais para uma boa amamentação.

6. Não se atentar para a pega correta do bebê

Muitas vezes, as fissuras nos seios acontecem por conta da pega incorreta do bebê no seio. “Quando pegam somente o mamilo, além de não extrair bem o leite, os bebês podem provocar rachaduras no peito da mãe”, explica Ana Paula Mikaro Hosoda, enfermeira do Ambulatório de Aleitamento Materno do Hospital Santa Catarina (SP). O certo é o bebê abocanhar toda a aréola, para ter uma melhor sucção e não ferir a mãe.


7. Deixar o bebê com a cabeça torta


A mãe deve observar se a cabeça e o corpo do bebê estão alinhados e apoiados, sempre com a cabeça voltada para a mama. Se a cabeça ficar torta, haverá incômodo na deglutição. A posição mais comum é o abdômen da mãe em contato com o do bebê (“barriga com barriga”). O bumbum dele fica apoiado na mão da mãe e a cabeça, na dobra do braço dela.


8. Pressionar a cabeça do bebê contra o peito


O bebê se adapta naturalmente à pegada no seio da mãe. Faça somente um apoio e ele naturalmente se achega para abocanhar o seio. Para ficar mais confortável, coloque um travesseiro em cima das suas pernas, dando mais firmeza para apoiar o braço e deixar o bebê na posição correta de maneira mais natural.

9. Achar que o leite é "fraco" ou insuficiente

As mamas são preparadas para produzir o leite já no período de gestação. Após o nascimento, o próprio bebê estimula a produção por meio da sucção correta. Portanto, quanto mais o bebê mama, mais leite se produz. Nos primeiros meses de vida, tudo o que o bebê precisa está no leite materno. Não dê a ele chá, água, suco ou outro tipo de leite sem orientação médica.

10. Ficar alternando os seios a toda hora

É melhor esvaziar completamente o primeiro seio para só então passar para o segundo. Muitas vezes, o esvaziamento total da mama exige duas ou três mamadas no mesmo peito. Quando as mães alternam os dois seios em cada mamada, acabam por produzir excesso de leite. “Com a hiperprodução, o bebê pode ficar irritado e ganhar menos peso, pois não consegue chegar ao ‘leite do fim’. Este leite final tem uma alta carga de gordura, dá a sensação de saciedade e prazer e engorda”, explica a pediatra e neonatologista Ana Júlia Colameo, membro da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) e conselheira em amamentação da Organização Mundial da Saúde e Unicef.

11. Dar chupeta e mamadeira ao invés do peito

As chupetas ensinam o bebê a “mascar”. Durante a amamentação, ele pode machucar a mãe ou não conseguir retirar todo o leite que necessita, porque faz “confusão” ao abocanhar o mamilo. A mamadeira também o habitua a outra forma de se alimentar, causando a “confusão de bicos”. “Além disso, o leite artificial demora a ser digerido, diminuindo o número de mamadas e fazendo reduzir a produção de leite. Por isso é muito comum ver mulheres que, depois que introduziram mamadeira, perderam a amamentação porque o leite ‘secou’ ou o bebê não quis mais”, afirma a pediatra e neonatologista Ana Júlia Colameo.

12. Usar cremes e loções nos seios

Para manter o peito sadio, o melhor é fazer uma leve pressão para saída do leite e passar o próprio líquido ao redor da aréola. O uso de pomadas e cremes só deve ser feito com orientação médica. “Se a fissura for muito grande e dolorosa, suspende-se a amamentação na mama mais afetada por um período de 24 a 48 horas e coleta-se manualmente o leite até seu esgotamento, para evitar que o líquido empedre”, orienta Daniela Vieira de Lima, enfermeira obstetra do Hospital e Maternidade São Cristovão (SP).

13. Esquecer de se alimentar

Apesar de a alimentação não ter relações diretas com o aumento ou diminuição na produção de leite, é importante fazer um aporte extra de 500 calorias a mais por dia. Os alimentos mais indicados são peixes de água fria, como a sardinha, e gema de ovo. Evite leite de vaca e refrigerantes à base de cola.

14. Voltar ao cigarro

A nicotina presente no cigarro continua a fazer mal para o bebê mesmo após o parto, pois a substância passa para o leite materno, assim como o álcool e outras drogas. Com isso, pode haver alterações no sistema nervoso central do bebê, com prejuízos para o seu desenvolvimento.

15. Desistir na primeira dificuldade

Dificuldades na amamentação são muito comuns, especialmente nos primeiros dias. Procure ajuda sempre que sentir necessidade. Há diversos centros de apoio à amamentação em hospitais e clínicas médicas, nos quais profissionais de saúde informam e orientam as novas mães sobre o aleitamento. Muitas vezes, a dificuldade é causada apenas por um posicionamento incorreto ou pelo fato de o bebê estar sonolento, fatores que podem ser contornados facilmente, sem precisar desistir do processo.


Publicado em: 10/7/2012

domingo, 8 de julho de 2012

LAURA GUTMAN NO BRASIL - EU VOU! Pela primeira vez no Brasil, Laura Gutman estará em Florianópolis dia 01/09 e em São Paulo dia 02/09 para o seminário "O poder do discurso materno"


É autora de livros como "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", "Crianza, violencias invisibles y adicciones" e "La revolución de las madres", que exploram o universo da maternidade, os vínculos familiares e as dinâmicas violentas aos quais os seres humanos estão submetidos.
Desde 1996, formou mais de 300 educadores, médicos e profissionais em geral, objetivando construir uma nova visão acerca do problema da violência social e oferecer ferramentas concretas para assumir, com maios consciência, o trabalho que compete a cada um de nós na criação de um mundo menos violento e mais humano.
O seminário terá duração de 4 horas e é dirigido a mães, pais, professores, educadores, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, profissionais das ciências humanas e todos aqueles que desejam contribuir para um mundo mais amável.

Mais informações em www.lauragutmannobrasil.blogspot.com.

     

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pouco leite...será??

Olá querid@s.

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Uma das maiores queixas das mães que amamentam é com relação à quantidade de leite. Mas como saber se o bebê está bem alimentado?
A produção de leite varia de mulher para mulher e também de acordo com a fase da amamentação e a necessidade do bebê. Esta mesma produção é regulada por um hormônio chamado prolactina, e mantida pela sucção do bebê, que ao retirar o leite da mama estimula este hormônio a produzir mais. Assim, quanto mais o bebê sugar, mais leite será produzido.

Nos primeiros dias após o parto, se houver um bom estimulo do bebê ao peito, e quanto mais rápido após o parto a amamentação se iniciar, maior será a produção de leite, chegando a produzir grandes volumes ("sobras"). Com o passar dos dias, através da rotina de mamadas, o organismo materno vai aprendendo a conhecer a necessidade do bebê, e a produção vai se regulando. O "excesso" vai diminuindo, e as mães experimentam a sensação de que "o leite diminuiu". Mas na verdade as "sobras" diminuíram, e é produzido o que está sendo consumido.

Muitas mães acreditam que só está produzindo leite suficiente para seu bebê se o peito estiver cheio, pesado, vazando....mas não é bem assim. Para saber se há produção suficiente é muito importante a avaliação de um profissional capacitado.

Mas algumas dicas podem ajudar as mamães a ficarem tranquilas quanto à alimentação de seus bebês:
1. bebês que estão mamando adequadamente dormem cerca de 2 a 4hs entre uma mamada e outra. Portanto é normal o bebê pedir o peito a cada 2hs por exemplo, principalmente nos primeiros dias;
2. observe o xixi do bebê: se ele estiver clarinho (amarelo claro na fralda) e em quantidade ( a fralda fica pesadinha), é sinal de que o bebê está bem hidratado. Em um dia, deve haver pelo menos 6 trocas de fralda com xixi;
3. ele também faz cocô com frequência mas não necessariamente em todas as mamadas. O cocô é molinho e vai ficando clarinho com o passar dos dias;
4. ganho de peso adequado: bebês bem alimentados ganham cerca de 18 a 30g de peso por dia. Com 10 dias de vida ele já está novamente com o peso do nascimento;
5. o bebê fica satisfeito após a mamada. Nos primeiros dias as mamadas podem durar cerca de 30/40 minutos. Com o passar dos dias, o bebê vai ganhando ritmo na sucção e este tempo de mamada vai gradativamente diminuindo, e os intervalos vão se regulando. Mas isso acontece ao tempo de cada dupla, não é igual a todas.

Por volta dos 2 a 3 meses, há o que chamamos de "crise transitória da amamentação". Nesta fase, devido ao crescimento dos bebês, eles passam a não ficar mais tão satisfeitos após a mamada. Isso acontece porque estão necessitando de uma demanda maior e não porque a mãe diminuiu a produção. É só amamentar mais vezes que a produção se adapta novamente.

Exceto nos casos em que há algum problema de ordem física ou hormonal, toda mulher é capaz de produzir leite suficiente para seu bebê. O importante é que a amamentação se inicie da melhor forma, que haja um manejo adequado, que esta mulher tenha apoio profissional e familiar positivos, e que seja orientada de forma adequada desde a gestação.

No surgimento da menor dúvida, procurem ajuda, procurem orientação. Lembre-se sempre que a amamentação é uma atividade realizada em dupla (mãe-bebê), e os dois precisam estar em harmonia para que haja o sucesso.

Com carinho a todos!!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Chupeta: necessário para o bebê ou para a família?

Olá queridos!!

Novamente estive um tempo afastada das atividades por conta de estudos e trabalho, mas com muitas saudades retomo as postagens do blog.

Hoje trago um assunto que é bastante polêmico e vem sendo tema de discussão em uma importante lista virtual sobre aleitamento materno da qual faço parte: CHUPETA.

A chupeta é um objeto antigo, tendo registros históricos desde o século XV. Sempre muito polêmica devido aos malefícios que causava, a chupeta ganhou força ao longo dos tempos, sendo vista como um objeto essencial no enxoval do bebê. Será?

Vamos pensar racionalmente sobre o uso da chupeta: em que momento a usamos? quando o bebê chora! Mas ai eu pergunto: POR QUE O BEBÊ CHORA?

O choro do bebê é uma forma de comunicação. Se ele chora algo o está incomodando: fome, frio, calor, carência, saudade da mãe, vontade de um colo, saudades do útero....na escala de comunicação do bebê o choro é o último patamar. Depois que ele já deu vários sinais do que deseja e não foi atendido, o choro vem como uma forma infalível de ter a atenção necessária. Mas quando ele chega ao choro está tão irritado e desorganizado que mesmo que você dê a ele o que ele precisa neste momento, não será suficiente para que ele se acalme de imediato, pois ele precisa de um tempo para se centrar e se reorganizar novamente.

A chupeta funciona como um "cala a boca" para o bebê, e um calmante para os pais....sei que quem lê este post deve pensar "quero ver se fosse com você e o bebê berrar na sua orelha o dia todo". Imagino e já presenciei o quanto é exaustivo o choro inconsolável do bebê, mas o melhor a fazer énão deixar que ele chegue nesta fase de choro inconsolável.

Mamães e papais, busquem aprender mais sobre os comportamentos dos bebês, façam cursos durante a gestação, e após o nascimento se conectem mais, estejam mais próximos e atentos. Lembrem-se que os primeiros três meses após o parto é um período de adaptação do bebê e que o choro é esperado. Adaptação ambiental, física, neurológica.....é uma fase de abnegação, de doação total, dedicação exclusiva 24hs. A chupeta não resolverá o problema deles, pelo contrário os deixará mais distantes dos seus bebês.

Amamentem exclusivamente e em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê solicitar, sem padrões de tempo de duração de mamada e de intervalos regulares, fixos. Usem sling para deixar os bebês mais próximos de vocês por mais tempo, e para que vocês tenham mais liberdade no dia-a-dia.

Para encerrar este post, deixo abaixo um texto escrito por Luciano Borges para o site da Sociedade Brasileira de Pediatria, sobre um resumo dos riscos do uso da chupeta.

Com carinho a todos!
Carol

Uso da chupeta
Departamento de Pediatria Ambulatorial e Departamento de Aleitamento Materno da SBP

A sucção é um reflexo do bebê desde o útero materno e pode ser observado através de ultrassonografias, que mostram alguns bebês chupando o dedinho. Esse reflexo é vital para o crescimento e desenvolvimento psíquico do bebê.
A criança, especialmente em seu primeiro ano de vida, tem uma necessidade fisiológica de sucção. Além da amamentação, que garante a sua sobrevivência, a sucção também promove a liberação de endorfina, um hormônio que produz um efeito de modulação da dor, do humor e da ansiedade, provocando uma sensação de prazer e bem-estar ao bebê.
A amamentação é suficiente para satisfazer o desejo básico de sucção do bebê, desde que ele esteja mamando exclusivamente no peito e a mãe o ofereça sempre que o bebê quiser. É importante enfatizar que a sucção do bebê ao mamar no seio materno é completamente diferente do sugar o bico de uma mamadeira ou chupeta. Mamar no peito é muito importante para o desenvolvimento da mandíbula e demais ossos da face, dos músculos da mastigação, da oclusão dentária e da respiração de forma adequada.

O uso da chupeta vem sendo passado de geração a geração, constituindo-se num frequente hábito cultural em nosso meio e, por seu preço reduzido, é bastante acessível a toda população.
Destacam-se como possíveis “prós” de sua utilização:

1 - trata-se de um calmante imediato do choro;
2 - alguns estudos evidenciaram possível efeito protetor contra morte súbita, desde que seja introduzida após a terceira semana de vida ou com a amamentação já estabelecida e utilizada apenas durante o sono (recomendação oficial da Academia Americana de Pediatria - AAP).
Por outro lado, temos muitos “contras” para comentar sobre a utilização da chupeta.

1 - Inúmeros estudos mostram que a chupeta está sempre associada com um tempo menor de duração do Aleitamento Materno e que a mesma acaba por ser um indicador de dificuldades da amamentação. Este fato acabou sendo decisivo para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) optassem como recomendação oficial de não utilizar bicos e chupetas desde o nascimento, pois o tempo de duração do aleitamento materno influi diretamente na saúde do bebê e da mãe, quanto mais tempo amamentar, mais saúde para ambos. Esta orientação é compartilhada pelo Ministério da Saúde do Brasil que desde 1990 optou pela implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que tem como regra (nono passo - o sucesso da amamentação) a não utilização de bicos, mamadeiras e chupetas em alojamento conjunto.
2 - Com relação a acalmar, temos uma linha de psicólogos que discordam desta forma de acalmar, pois temos inúmeras maneiras de acalmar um bebê (carinho, colo, cantar, amamentar, etc.) sem a necessidade de utilização de um artifício que traz malefícios para a saúde do bebê. Orientam ainda que quando uma criança começa a introduzir o dedo na boca, temos que dar uma função para as mãos, desta forma, entrega-se brinquedos adequados para a idade para que a distração seja direcionada em outro sentido. Claro que a criança poderá levar este brinquedo à boca (mordedores, por exemplo), mas isto não leva a vícios. Portanto não “vicia” em chupeta e nem no dedo.
3 - Outros estudos apresentam efeitos prejudiciais do uso da chupeta com relação à oclusão dentária, levando à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais. O risco de má oclusão dentária em crianças que utilizam chupetas pode chegar a duas vezes em relação aos que não usam.
4 - Temos ainda prejuízos respiratórios importantes, levando a uma expiração prolongada, reduzindo a saturação de oxigênio e a frequência respiratória. A respiração acaba ficando mais frequente pela boca (respiração oral), o que piora a elevação do palato (céu da boca), diminuindo o espaço aéreo dos seios da face e provocando desvio do septo nasal. A respiração oral leva à diminuição da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries. Como a respiração nasal tem a função de aquecer, umidificar e purificar o ar inalado e isto não ocorre de forma adequada na respiração oral, temos maiores chances de irritações da orofaringe, laringe e pulmões, que passam a receber um ar frio, seco e não filtrado adequadamente.
5 - Outras consequências da respiração oral são: as infecções de ouvido, rinites e amigdalites.
6 - O uso de chupetas também está associado a maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses, já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada.
7 - Na confecção de bicos e chupetas temos o uso de materiais possivelmente carcinogênicos (N-nitrosaminas) que ainda carecem de estudos mais aprofundados.
8 - Com relação à morte súbita, a mesma é definida como uma morte inesperada de crianças menores de 1 ano de idade, com pico entre 2 e 3 meses, que permanece inexplicada após extensa investigação, incluindo história clínica, necropsia completa e revisão do local do óbito. Portanto é uma situação em que até o momento não sabemos qual é a verdadeira causa. Existem muitas críticas sobre as metodologias utilizadas nestes estudos, o que enfraqueceria em muito e tornaria no mínimo precoce a argumentação de que a chupeta seria um possível protetor da morte súbita. Apesar de ser uma indicação oficial da AAP, esta opinião não é compartilhada por importantes órgãos como o MS (Ministério da Saúde do Brasil – área técnica da criança e do aleitamento materno), OMS, UNICEF, WABA (ONG internacional que promove a semana mundial da amamentação) e IBFAN (Rede Mundial que luta pelas leis que normatizam a propaganda de alimentos que podem prejudicar a instalação e manutenção do AM), que entendem ser necessária a realização de mais estudos sobre este assunto controverso.
9 - Por fim, vale destacar que um estudo de revisão, multidisciplinar, publicado no Jornal de Pediatria em 2009, buscou na literatura prós e contras o uso de chupeta e chegou à conclusão final de que foram encontrados mais efeitos deletérios do que benéficos.

Desta forma, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os pais tenham claramente esta visão de “prós e contras” do uso da chupeta, para que, junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão informada quanto a oferecê-la, ou não, aos seus bebês.
Bibliografia
1. Hauck FR, Omojokun OO, Siadaty MS. Do pacifiers reduce the risk of sudden infantdeath syndrome? A meta-analysis. Pediatrics. 2005;116(5). Disponível em: www.pediatrics.org/cgi/content/full/116/5/e716.
2. American Academy of Pediatrics Task Force on Sudden Infant Death Syndrome. The changing concept of sudden infant death syndrome: diagnostic coding shifts, controversies regarding the sleeping environment, and new variables to consider in reducing risk. Pediatrics. 2005;116(5):1245-55.
3. Li DK, Willinger M, Petitti DB, Odouli R, Liu L, Hoffman HJ. Use of a dummy (pacifier) during sleep and risk of sudden infant death syndrome (SIDS): population based casecontrol study. BMJ. 2006;332(7532):18-22.
4. Cates CJ. Dummies and SIDS. Low response rates generate considerable uncertainty. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1336812/?tool=pubmed.
5. Fleming PJ. Dummies and SIDS. Causality has not been established. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1336811/?tool=pubmed
6. American Academy of Pediatrics, Policy Statement. Breastfeeding and the use of human milk. Pediatrics. 2012;129:e827-e841.
7. Castilho SD, Rocha MA. Pacifier habit: history and multidisciplinary vision. J Pediatr (Rio J). 2009;85(6):480-9.
8. Menino AP, Sakima PRT, Santiago LB, Lamounier JA. Atividade muscular em diferentes métodos de alimentação do recém-nascido e sua influência no desenvolvimento da face. Rev Med Minas Gerais. 2009; 19(4 Supl 5):S11-S18.
9. World Health Organization/Unicef. Innocenti Declaration on the protection, promotion and support of breast-feeding. Meeting “Breastfeeding in the 1990s: a global initiative”. Cosponsored by the United States Agency for International Development Authority (SIDA), held at the Spedale degli Innocenti, Florence, Italy, on 30 July – 1 August, 1990.
10. World Health Organization. Evidence for the Ten Steps to Successful Breastfeeding. Division of Child Healtha and Developmentworld. Geneva: World Health Organization, 1998.
11. Lamounier JA. Promoção e incentivo ao aleitamento materno: Iniciativa Hospital Amigo da Criança. J Pediatr (Rio J). 1996;72(6):363-7.
12. Victora CG, Tomasi E, Olinto MTA, Barros FC. Use of pacifiers and breastfeeding duration. Lancet. 1993;341:404-6.
13. Victora CG, Behague DP, Barros FC, Olinto MTA, Weiderpass E. Pacifier use and short breastfeeding duration: cause, consequence, or coincidence? Pediatrics. 1997;99(3):445-53.
14. Tomasi E, Victora CG, Olinto MTA. Padrões e determinantes do uso de chupeta em crianças. J Pediatr (Rio J). 1994;7(3):167-73.
15. Barros FC, Victora CG, Tonioli Filho S, Tomasi E, Weiderpass E. Use of pacifiers is associated with decreased breast-feeding duration. Pediatrics. 1995;95(4):497-9.
16. Barros FC, Victora CG, Morris SS, Halpern R, Horta BL, Tomasi E. Breastfeeding, pacifier use and infant development at 12 months of age: a birth cohort study in Brazil. Paediatr Perinat Epidemiol. 1997;11(4):441-50.
17. Pedroso RS, Siqueira RV. Pesquisa de cistos de protozoários, larvas e ovos de helmintos em chupetas. J Pediatr (Rio J). 1997;73(1):21-5.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Amamentação prolongada

Olá Amig@s,

Hoje de manhã recebi o link de um vídeo da revista Crescer onde 2 médicos, um ginecologista e um pediatra foram entrevistados, falando sobre como realizar o desmame sem traumas.


Gostaria de colocar algumas coisas a respeito.

Em primeiro lugar, o desmame sem traumas acontece quando mãe e bebê/criança entram em acordo com o fim da amamentação, quando acontece naturalmente.

Segundo o Ministério da Saúde e a OMS, a amamentação deve ocorrer, de forma complementar, até 2 anos ou mais....este mais fica por conta da dupla mãe/bebê decidir.

Há muitos casos em que a amamentação é interrompida precipitadamente, por orientações equivocadas de profissionais de saúde, por falta de orientação dos pais e preparação para a amamentação, e causam frustração.

A recomendação de amamentar até 2 anos ou mais não é à toa. Muito se pensa que após os 6 meses o leite materno perde suas propriedades, e não tem mais valor nenhum. Mas ai está o maior engano. Mesmo que a criança já receba alimentos sólidos, o leite materno continua beneficiando de forma nutricional, mas principalmente na defesa contra as doenças. A criança continua a receber anticorpos pelo leite e a se proteger das doenças enquanto mantiver a amamentação.

Esta é uma propriedade importante, pois até a criança atingir sua maturidade na produção de anticorpos e completar o esquema vacinal, contamos com a preciosa ajuda do leite materno no combate às doenças. Sem contar no vínculo que é mantido.

Por isso mamães amamentem suas crianças até quando vocês acharem necessário, até quando seus filhos quiserem. Tenham sempre em mente o bem que estão proporcionando a vocês e aos filhos de vocês. Não existe tempo determinado para isto acontecer. Vocês é que vão decidir!

domingo, 8 de janeiro de 2012

7 bilhões? E daí? Este é o meu parto!

Olá amig@s.

Pensando no assunto do próximo post, me deparei com uma matéria da revista Crescer. Uma reportagem que mostra um pouco o perfil de nascimentos pelo mundo, em um momento que o mundo completou 7 bilhões de habitantes. E nesta mesma reportagem uma frase, na minha opinião se destaca: mesmo tendo milhões de nascimentos, cada gestação e cada nascimento é único. Mas parece que muita gente esquece este pequeno grande detalhe.

Há pouco mais de um mês vivi uma experiência que não me deixou parar de pensar exatamente nesta questão. Durante um estágio da pós graduação, presenciei a falta de humanização durante o trabalho de parto de mulheres entregues à rotina de um sistema. Mulheres cansadas da peregrinação até encontrar um local que as acolhessem. Mulheres que nem sempre são comunicadas adequadamente sobre o que está acontecendo e o que acontecerá. Mulheres que só querem ser acolhidas e respeitadas, pois mesmo que já tenha ocorrido 20 partos naquele dia, o dela é único, é o primeiro, é o esperado.

Vi profissionais não respeitar a dor e o medo que a mulher sentia. Vi os acompanhantes se sentirem perdidos, sem saber exatamente seu papel. Vi um lugar que sempre considerei referência em parto normal (pelo menos foi o que ouvi a minha vida profissional toda) ser apenas mais um lugar onde a maioria dos partos são normais, tecnicamente "normais", mas não "humanamente" normais.

Me fez pensar aonde esta a falha? Porque é um local tecnicamente bem conceituado, que segue as recomendações do Ministério da Saúde. Mas o que está faltando? HUMANIDADE.

Na faculdade aprendemos que cada ser é único, e deve ser tratado na sua totalidade. Onde esquecemos isso? Em que momento da vida profissional deixamos isso para trás?

Acho importante o incentivo e a campanha do Ministério para incentivar o parto normal e o aleitamento materno, mas talvez alguns detalhes precisam ser revistos, principalmente a forma como estão sendo aplicadas estas recomendações.

Sei que não há um lugar no mundo que a assistência é perfeita, mas sei que tem muitas experiências que podemos aprender com elas. Olhar com mais carinho a experiência de cada pais ajuda a construir um sistema melhor.

Deixo o link da reportagem para vocês, leiam, reflitam, compartilhem experiências e idéias. Temos que começar com urgência a olhar para este assunto, se realmente queremos mudar este cenário.

PARTOS PELO MUNDO - REVISTA CRESCER

sábado, 7 de janeiro de 2012

Feliz 2012!!

Olá amig@s!

Feliz ano novo a todos!!

Gostaria de compartilhar uma linda mensagem que recebi esta semana por email, de um grupo de discussão virtual do qual faço parte. Uma linda oração.

Nada como começar o ano com muita energia positiva no ar!!!

abraços a todos!!

Carol.