sábado, 5 de novembro de 2011

De volta....

Olá Amig@s!

Mais uma vez estive um periodo ausente do blog, mas nao via a hora de voltar.
Para marcar este retorno gostaria de compartilhar com vocês um texto que escrevi para conclusão de um curso de capacitação em Educação Perigestacional pela Aninhare.

O assunto não poderia ser outro: AMAMENTAÇÃO! Minha paixão sempre!

Boa leitura! E obrigada pelo carinho até agora!!


O sucesso da amamentação e seus personagens: qual o papel de cada um neste processo?

Carolina Guimarães

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês devem ser amamentados exclusivamente até os seis meses de vida, e de forma complementar até os dois anos ou mais. Amamentar exclusivamente até os seis meses significa dar somente leite materno, diretamente ao peito ou ordenhado, sem a oferta de outros leites, água, chás e sucos. É ter dedicação intensa dos pais, principalmente das mães, e não é um caminho tão fácil para ser seguido sozinho e sem orientação.

                A amamentação é um processo que necessita ser aprendido, pela mãe e pelo bebê. Não é algo instintivo, que acontece de forma independente. Além de todas as questões técnicas de posição e pega corretas, ter um ambiente acolhedor, segurança, privacidade, apoio e orientação são fatores importantes para o sucesso da amamentação

O conhecimento

                Vários estudos hoje mostram a relação da educação das famílias sobre a amamentação e a maior durabilidade do processo de amamentar.

                A educação sobre a amamentação deve começar o mais cedo possível, de preferência ainda durante o pré-natal. Os profissionais envolvidos devem estar capacitados para, alem de transmitir o conhecimento, saber avaliar e reconhecer situações que podem futuramente intervir no sucesso da amamentação.

                É importante considerar também o conhecimento que a família já possui, as experiências anteriores, da própria gestante ou de outras mulheres da família, pois com certeza este conhecimento próprio, dependendo do tamanho do seu significado, poderá influenciar positiva ou negativamente no processo de amamentação.

                As ações educativas durante o pré-natal devem conter informações sobre as vantagens do aleitamento materno, bem como o manejo da amamentação (posições para amamentar, pega, ordenha etc). É de extrema importância que os profissionais que estão assistindo a família forneçam informações coerentes.

                As ações podem ser realizadas durante as consultas de pré-natal e também através de grupos educativos e de apoio, onde há a oportunidade de trocar experiências e angústias com outras mães que vivenciam ou já viveram esta mesma situação.

O apoio profissional

                Ações educativas durante o pré-natal contribuem para o sucesso da amamentação, mas não são suficientes. É após o parto, vivenciando a experiência da amamentação é que a mulher necessita de maior apoio, da família, mas principalmente dos profissionais de saúde para o manejo adequado da amamentação.

                Os profissionais devem estar presentes desde a primeira mamada após o parto, apoiando e orientando a mãe e a família para que ocorra da melhor forma possível, e deve continuar presente após a alta hospitalar, de preferência no domicílio, vivenciando e ensinando a família o manejo de cada fase específica da amamentação, até que a família sinta-se pronta para caminhar sozinha.

                As famílias precisam sentir-se seguras e protegidas, principalmente a mãe, que deve desfrutar de um ambiente calmo e acolhedor durante a amamentação. São detalhes importantes para que se sinta plenamente capaz de alimentar seu bebê com o melhor dos alimentos. Portanto os profissionais envolvidos devem estar aptos a manejar não somente os aspectos técnicos da amamentação, mas também os fatores emocionais que envolvem este período da maternidade, para que possam interferir de forma positiva no processo da amamentação.

                Não podemos esquecer o quanto é necessário que todos os profissionais que estão ligados, direta ou indiretamente, no cuidado e manejo da amamentação de uma família tenham uma mesma linha de raciocínio e conduta. A contradição e a incoerência entre os diferentes profissionais favorecem a insegurança da família e contribuem para que ocorra o desmame precocemente.

O apoio familiar

                O pós-parto é uma fase de adaptação e de muitas mudanças na vida da mulher, e da família também. Nesta fase a mãe experimenta sentimentos e sensações diversas, como se estivesse constantemente em uma montanha russa. A forma como irá trabalhar e se adaptar a esta fase depende, entre outros fatores, do apoio familiar, principalmente do companheiro.

                O companheiro que está presente nesta fase, ajudando a mulher, incentivando, apoiando sem criticá-la, protegendo-a das influencias externas negativas, dando carinho e atenção, este companheiro está contribuindo integralmente para uma adaptação saudável no pós-parto e para o sucesso da amamentação. Além disso, ele também se sente parte de todo o processo, o que o incentiva ainda mais.

                As avós têm um papel importante também. Elas trazem na bagagem o conhecimento de quem já viveu esta fase. E suas experiências, suas crenças influenciarão diretamente a mulher neste processo de adaptação, seja de forma positiva ou negativa. Portanto, é de fundamental importância que as avós sejam incluídas, desde o pré-natal, nas ações educativas, para que possam contribuir de forma positiva no sucesso da amamentação.

                Mas não podemos confundir apoio familiar com invasão familiar. É muito comum a família ficar alvoroçada com o nascimento de um bebê, e realizar visitas excessivas, que interferem no processo de adaptação e invadem a privacidade da dupla. O excesso de palpites e conselhos, além do excesso de informações sobre experiências pessoais de cada um podem deixar a mãe confusa, insegura, dificultando o início e a continuidade da amamentação.

                 Para concluir, devemos nos lembrar que qualquer orientação ou conselho jamais deve ser colocado como imposição, e sim como uma opção, mais um caminho a seguir. Devem sim mostrar que é possível o sucesso da amamentação, e que não é um trabalho isolado, mas sim um trabalho em equipe que envolve a família, os profissionais de saúde e a sociedade.

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